A ditadura impõe, ordena, ela não nos deixa seguir o que achamos certo
para nós. (Interpretação direta dicionário Aurélio). Com a estética, chegamos à
ditadura da beleza, nos faz seguir certos “padrões” que existem desde quando o
Brasil foi “achado”, tornando-se “identidades” históricas, culturais e sociais
impostas de forma opressora, para sermos aceitos, os quais em sua “maioria” são
eurocêntricos e os que não se “enquadram” nesta “categoria” estão propensos a
sofrerem preconceito, discriminação e racismo. Assumir o cabelo natural seria
uma “reação” a estes padrões? Sim, mesmo que de forma inconsciente. Nossa
autoafirmação, nossa identidade como negros além de nossos traços, estão
presentes em nossos cabelos, contudo, nem todos nós negros somos “OBRIGADOS” a
assumir nossos cabelos crespos/cacheados, pois, como já falamos temos autonomia
para sermos o que quisermos e impor não ajuda em nada a nossos irmãos se autoafirmarem,
mas sabemos que a “origem” de ter os “cabelos alisados” esta diretamente ligada
a carga histórica e por sua vez social, caracterizando uma “cultura” que esta
se desconstruindo com o tempo. Quando saímos da ‘ditadura do liso”, devemos
entender que cada cabelo tem sua forma/tipo e que não existe um padrão melhor ou pior que outro,
ou pelo menos, não deva existir. Chamamos esta fase de aceitação, onde muitas
pessoas que entram, ou estão em transição capilar passam, a qual não é nada fácil.
NÃO DEVEMOS sair de um padrão e entrar em outro para obter os “crespos/cachos”
perfeitos, porque perfeição não existe, ou colocar “um tipo” de cabelo como melhor
ou pior, pois, cada um tem suas características, assim como cada pessoa tem sua
subjetividade e a melhor forma de exercê-la é ser feliz como se é e quer ser, respeitando sempre
a diferença do próximo. NÃO
ESQUEÇA QUE CABELO É CABELO, mas NUNCA ESQUECENDO a carga de RESISTÊNCIA
QUE OS NOSSOS crespos/cacheados CARREGAM, pois isto é indiscutível.